ABSTRACT
Introdução: O sono é essencial para a qualidade de vida e possui funções fundamentais para o funcionamento do corpo. Sua privação traz consequências negativas na homeostase corporal e na cognição. Essa privação pode tornar-se fator de risco para diversas doenças. Há deficiências no currículo de graduação médica acerca do conhecimento sobre a saúde do sono, acarretando subdiagnósticos e subtratamentos, além de ter consequências no sono para os próprios doutorandos e médicos, afetando assim na sua saúde e no seu desempenho profissional. Objetivo: Avaliar se a percepção do conhecimento do médico sobre o sono adquirido na graduação interfere na promoção da saúde do sono nas esferas pessoal e profissional. Métodos: Estudo observacional de abordagem quantitativa e recorte transversal através de formulário digital. Médicos e internos fizeram parte do estudo. O questionário teve as seguintes etapas: epidemiologia; avaliação subjetiva do conhecimento sobre saúde do sono; aplicação de conhecimentos na vida profissional e pessoal; avaliação da qualidade de sono através do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI). Resultados: A amostra foi de 103 participantes. A maioria concordou em ter adquirido conhecimentos sobre a saúde do sono durante a graduação. Durante a anamnese o sono foi o tema menos perguntado. As medidas que favorecem a higiene do sono mais relatadas foram dormir em ambiente adequado e praticar exercícios físicos. Já as desfavoráveis foram uso de eletrônicos no quarto. Não houve diferença significativa entre ano e nível de formação em relação a qualidade de sono. Os índices significativamente mais alterados do índice foram disfunções diurnas e uso de medicamentos para dormir. Conclusão: A importância da saúde do sono é bem estabelecida, porém a qualidade de sono entre médicos e internos é ruim. Portanto se faz necessário futuras mudanças na área de ensino, atuação e pesquisa.
Introduction: Sleep is essential for the quality of life and has fundamental functions for the functioning of the body. Its deprivation has negative consequences on body homeostasis and cognition. Sleep deprivation can become a risk factor for several diseases. There are deficiencies in the undergraduate medical curriculum regarding knowledge about sleep health, leading to underdiagnosis and undertreatment for patients. In addition to having consequences on sleep for doctoral students and physicians, thus affecting their health and professional performance. Objective: To assess whether the physician's perception of knowledge about sleep acquired during graduation interferes with the promotion of sleep health in the personal and professional spheres. Methods: Observational study with a quantitative approach and a cross-sectional approach using a digital form. Physicians and interns were part of the study. The questionnaire had the following stages: epidemiology; subjective assessment of knowledge about sleep health; application of knowledge in professional and personal life; assessment of sleep quality using the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI). Results: The sample consisted of 103 participants. Most agreed to have acquired knowledge about sleep health during graduation. During the anamnesis, sleep was the least asked topic. The most reported measures that were positive to sleep hygiene were sleeping in a suitable environment and practicing physical exercises. The unfavorable ones were the use of electronics in the bedroom. There was no significant difference between year and level of training in relation to sleep quality. The most altered components of the index were daytime disorders and use of sleeping pills. Conclusion: The importance of sleep health is well established, but sleep quality among physicians and interns is poor. Therefore, future changes in teaching, performance and research are necessary